As nações desenvolvidas já acordaram para a necessidade de modernizar o ensino. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, implementou o programa No Child Left behind (Nenhuma criança deixada para trás), que distribui bônus a escolas que alcançam metas no ensino de matemática e inglês. França, Alemanha e Reino Unido fizeram revisões de currículo na década de 90. As principais mudanças foram: 1) dar autonomia às escolas para adaptar os conteúdos das aulas à realidade dos alunos; 2) acabar com a repetência; e 3) investir na formação de professores em áreas mais amplas. O caso de revolução de ensino mais aplicável no Brasil é o da Espanha. Como nós, os espanhóis viveram sob um regime militar até os anos 70. Com a morte do general Francisco Franco, em 1975, em meio a uma recessão, o novo governo e a sociedade civil estabeleceram acordos conhecidos como Pactos de Moncloa. Em troca de restrições salariais, haveria investimentos em bem-estar social. Nas décadas de 70 e 80, o país expandiu sua rede de escolas e universalizou o ensino. Na década de 90, a Espanha inovou na educação.
A primeira medida foi o fim do ensino por séries. O aluno mal avaliado em alguma matéria na Espanha passa de ano, mas tem de fazer aulas de reforço para acompanhar a turma. Foi criado um sistema de disciplinas optativas e aulas profissionalizantes, para atender tanto os alunos que querem ir para a faculdade como os que vão direto para o mercado de trabalho. E várias disciplinas foram unidas em grandes áreas do conhecimento. Assim, é comum que um aluno assista a aulas de História, Espanhol e Filosofia com o mesmo professor. "A Espanha e a União Européia aumentaram as horas de aula não para dar mais conteúdo, e sim para levar a classe a museus, viagens e debates", afirma Arroyo. É uma aposta que o Brasil deve fazer.
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