terça-feira, 13 de setembro de 2011

O que as escolas precisam aprender - Parte 4

Exemplo fácil de seguir.


Conectar Ideias.

POR QUE É IMPORTANTE: são cada vez mais raros os profissionais que ficam fechados em uma área específica. A maioria trabalha com conhecimentos de disciplinas diferentes das que teve na faculdade. O médico, por exemplo, usa estatística para avaliar tratamentos. Advogados que praticam Direito Ambiental fazem algo que nem existia quando estavam na escola. Em geral, é por meio de associações de idéias de áreas distintas que surge o pensamento inovador.
COMO ENSINAR: a escola estadual Lázaro Franco de Moraes fica em Torrinha (a 240 quilômetros de São Paulo), numa paisagem típica do interior paulista. As estradas ao redor da cidade são repletas de pequenas capelas. Em 2002, numa aula sobre imagens barrocas, os alunos disseram que já tinham visto santos parecidos na região. Então, a professora de Artes, Kátia Regina Buzato, decidiu propor à escola que investigasse a arte local. A partir daí, formou-se uma equipe interdisciplinar para o projeto. O professor de História ajudou os alunos a montar um questionário com perguntas para os moradores antigos do entorno das capelas. Depois que todas as 54 capelas da região foram catalogadas, a professora de Geografia, Alair Coleta, orientou a classe a localizá-las e registrá-las no mapa. A professora de Português, Alda Lobo, revisou cada história coletada pelos alunos e editou um livro. Cinqüenta cópias foram patrocinadas por um morador local. Elas circulam até hoje de mão em mão pela cidade.
Os alunos acharam relatos que enriqueceram a história de Torrinha. Uma delas foi a da capela construída em um antigo cemitério, hoje abandonado, no qual apenas bebês mortos ao nascer eram enterrados. Outra história era a da capela erguida como promessa para espantar uma praga de gafanhotos que invadiu as plantações de café da região. "O projeto desperta a atenção porque a gente chegava bem pertinho das histórias", diz a aluna Cíntia Serasuela, de 15 anos. "E o nosso trabalho acabava servindo de material para as aulas. O professor de História vivia citando as nossas descobertas."

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