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Zélia D. Mediano |
A autora discute, neste texto, a função pedagógica do supervisor junto à escola e aos professores. Como auxiliá-los a repensar a questão da avaliação. Para ela, caberia ao supervisor auxiliar os professores a repensar a questão da avaliação. Subsidiá-los, orientá-los, para que possam ter mais clareza sobre: O quê avaliar? Para que avaliar? Como avaliar? Assim o supervisor estaria ajudando o professor a afinar seu instrumento de avaliação aos objetivos propostos. |
"A criação de uma proposta filosófico-política e de uma proposta pedagógica tem de levar em conta também a segunda pergunta colocada no início desta reflexão: "Quem são os alunos com os quais vamos trabalhar? Que características têm?". Qualquer proposta fracassará se não levar em conta a clientela a que se destina - no caso da Escola Pública, essa clientela é composta primordialmente de crianças das camadas populares, apresentando um cultura e um dialeto, em geral, diferentes daqueles que a escola usa e deseja generalizar. Porém, quando dizemos: levar em conta a clientela da camada popular, não significa um "barateamento do currículo", um "empobrecimento dos conteúdos" ou uma "diminuição das exigências."
"Em todos esses trabalhos, o que sobressai, como principal fator para o sucesso da escola, é a presença de um supervisor que vê sua tarefa como essencialmente pedagógica, que está junto com os professores, discutindo com eles os problemas e buscando as soluções, conhecendo as crianças, enfim, o fato de a escola contar com alguém preocupado com o ensino e que busca meios de auxiliar o professor a tornar sua tarefa menos árdua contribui sobremaneira para o sucesso da escola."
"Entretanto, vemos crescer a convicção de que um supervisor com visão pedagógica de sua tarefa, desenvolvendo seu trabalho junto e com os professores, é o mais forte agente de formação e transformação da prática do professor."
"Parece-nos, pois, que professores e supervisores devem colocar a força do trabalho de avaliação na construção do conhecimento pelo aluno, nas aprendizagens específicas, de acordo com a proposta filosófica-política que apresentamos no início. Obviamente, enquanto o aluno estiver realizando todo esse processo intelectual, está desenvolvendo e crescendo como pessoa. Entretanto, a avaliação destes aspectos não-cognitivos não é o foco de avaliação na escola."
"GIMENO (1988) também discute esta questão, afirmando que a seleção de uma técnica de avaliação expressa uma opção educativa. Os supervisores precisam discutir este aspecto com os professores, pois o modo de coletarem dados para a avaliação pode interferir no processo de construção do conhecimento pelos alunos, os quais são muito hábeis para captar o que o professor deseja como resposta."
"Na escola de 1o. Grau, e especialmente no seu primeiro segmento, não deve haver mecanismos seletivos nem classificatórios. A escolarização visa dar ao aluno uma educação básica a que todo cidadão tem direito e, dessa forma, a seleção é uma violência a esse direito. Selecionar para quê?"
Publicação: Série Idéias n. 8. São Paulo: FDE, 1998"Em todos esses trabalhos, o que sobressai, como principal fator para o sucesso da escola, é a presença de um supervisor que vê sua tarefa como essencialmente pedagógica, que está junto com os professores, discutindo com eles os problemas e buscando as soluções, conhecendo as crianças, enfim, o fato de a escola contar com alguém preocupado com o ensino e que busca meios de auxiliar o professor a tornar sua tarefa menos árdua contribui sobremaneira para o sucesso da escola."
"Entretanto, vemos crescer a convicção de que um supervisor com visão pedagógica de sua tarefa, desenvolvendo seu trabalho junto e com os professores, é o mais forte agente de formação e transformação da prática do professor."
"Parece-nos, pois, que professores e supervisores devem colocar a força do trabalho de avaliação na construção do conhecimento pelo aluno, nas aprendizagens específicas, de acordo com a proposta filosófica-política que apresentamos no início. Obviamente, enquanto o aluno estiver realizando todo esse processo intelectual, está desenvolvendo e crescendo como pessoa. Entretanto, a avaliação destes aspectos não-cognitivos não é o foco de avaliação na escola."
"GIMENO (1988) também discute esta questão, afirmando que a seleção de uma técnica de avaliação expressa uma opção educativa. Os supervisores precisam discutir este aspecto com os professores, pois o modo de coletarem dados para a avaliação pode interferir no processo de construção do conhecimento pelos alunos, os quais são muito hábeis para captar o que o professor deseja como resposta."
"Na escola de 1o. Grau, e especialmente no seu primeiro segmento, não deve haver mecanismos seletivos nem classificatórios. A escolarização visa dar ao aluno uma educação básica a que todo cidadão tem direito e, dessa forma, a seleção é uma violência a esse direito. Selecionar para quê?"
Páginas: 81-93
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