O Brasil, como se sabe, é um dos países mais desiguais do mundo. Tal desigualdade se reduziu um pouco nos últimos anos, em função dos aumentos nos ganhos reais do salário mínimo, da geração de empregos formais e das transferências governamentais para programas sociais e tecnológicos. Mas é ainda muito elevada.
A principal causa da desigualdade brasileira é a má distribuição de renda entre lucros e salários, o que influi diretamente no crescimento do mercado interno e na formação da cidadania. É por essa razão que a desigualdade tem sido uma das causas da evasão escolar, pois o jovem é induzido a ingressar no mercado de trabalho para contribuir para a renda familiar.
A educação constitui-se num dos instrumentos para a redução dessa desigualdade. Entretanto ainda persistem no País grandes dificuldades. Segundo pesquisas, a chance de um filho de um pai com menos de um ano de estudo repetir esse nível de escolaridade é muito alta: 34%. Além disso, a probabilidade de essa criança fazer o ensino superior é de apenas 1%. No outro extremo, uma criança cujo pai tenha o ensino superior tem 60% de probabilidade de também fazer um curso superior. Aqueles em melhor condição financeira, portanto, têm enorme vantagem em termos de aproveitamento das oportunidades do mercado de trabalho, o que acaba perpetuando a desigualdade social. Apenas 12% da população jovem 18 a 24 anos frequenta a universidade e, desse número, em torno de 40% está nas universidades públicas.
Essa desigualdade no acesso à educação é especialmente grave em um país que paga um prêmio elevado à escolaridade. Em média, um ano a mais de escolaridade no Brasil representa um acréscimo no salário de 15%. Para efeitos comparativos, nos Estados Unidos esse percentual é de 10%. Para o nível superior, esse prêmio é ainda maior no Brasil, chegando a 18,7% em média para cada ano de estudo.
Há forte correlação entre o nível educacional de uma população e o crescimento do País. Atualmente, quase todas as tarefas profissionais envolvem, em algum grau, trabalho intelectual. Assim, quanto mais escolarizado o trabalhador, maior a facilidade para absorção de novas tecnologias, que são a base do crescimento econômico nos dias atuais.
Mas, obviamente, os benefícios de uma educação mais ampla não se circunscrevem à produção econômica. Uma população escolarizada pode exercer mais plenamente os seus direitos políticos e de cidadania de uma forma geral. Vários estudos comprovam que a escolarização também reduz os indicadores de criminalidade: a conclusão do ensino médio reduz significativamente a probabilidade de o jovem cometer crime contra as pessoas e o patrimônio.
No Brasil, cerca de metade dos desempregados são jovens com idade entre 16 e 24 anos. O fenômeno decorre de várias causas, com destaque para a falta de experiência profissional e baixa escolaridade. O maior acesso do jovem menos favorecido economicamente à educação tornará um pouco mais justa a disputa por um espaço no mercado de trabalho, já que são indiscutíveis as relações entre escolaridade e capacidade de obter um emprego e se manter nele. À medida que um jovem trabalhador se escolariza, ele se torna mais apto a conseguir um emprego e desenvolver um trabalho mais sofisticado, absorvendo inovação tecnológica, que é o segredo da produção com qualidade nos dias de hoje.
Investir na educação, ampliando vagas públicas e reforçando a qualidade do ensino, é o caminho para o avanço econômico e social do País.
Aldair Rizzi é diretor-presidente do Tecpar e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A principal causa da desigualdade brasileira é a má distribuição de renda entre lucros e salários, o que influi diretamente no crescimento do mercado interno e na formação da cidadania. É por essa razão que a desigualdade tem sido uma das causas da evasão escolar, pois o jovem é induzido a ingressar no mercado de trabalho para contribuir para a renda familiar.
A educação constitui-se num dos instrumentos para a redução dessa desigualdade. Entretanto ainda persistem no País grandes dificuldades. Segundo pesquisas, a chance de um filho de um pai com menos de um ano de estudo repetir esse nível de escolaridade é muito alta: 34%. Além disso, a probabilidade de essa criança fazer o ensino superior é de apenas 1%. No outro extremo, uma criança cujo pai tenha o ensino superior tem 60% de probabilidade de também fazer um curso superior. Aqueles em melhor condição financeira, portanto, têm enorme vantagem em termos de aproveitamento das oportunidades do mercado de trabalho, o que acaba perpetuando a desigualdade social. Apenas 12% da população jovem 18 a 24 anos frequenta a universidade e, desse número, em torno de 40% está nas universidades públicas.
Essa desigualdade no acesso à educação é especialmente grave em um país que paga um prêmio elevado à escolaridade. Em média, um ano a mais de escolaridade no Brasil representa um acréscimo no salário de 15%. Para efeitos comparativos, nos Estados Unidos esse percentual é de 10%. Para o nível superior, esse prêmio é ainda maior no Brasil, chegando a 18,7% em média para cada ano de estudo.
Há forte correlação entre o nível educacional de uma população e o crescimento do País. Atualmente, quase todas as tarefas profissionais envolvem, em algum grau, trabalho intelectual. Assim, quanto mais escolarizado o trabalhador, maior a facilidade para absorção de novas tecnologias, que são a base do crescimento econômico nos dias atuais.
Mas, obviamente, os benefícios de uma educação mais ampla não se circunscrevem à produção econômica. Uma população escolarizada pode exercer mais plenamente os seus direitos políticos e de cidadania de uma forma geral. Vários estudos comprovam que a escolarização também reduz os indicadores de criminalidade: a conclusão do ensino médio reduz significativamente a probabilidade de o jovem cometer crime contra as pessoas e o patrimônio.
No Brasil, cerca de metade dos desempregados são jovens com idade entre 16 e 24 anos. O fenômeno decorre de várias causas, com destaque para a falta de experiência profissional e baixa escolaridade. O maior acesso do jovem menos favorecido economicamente à educação tornará um pouco mais justa a disputa por um espaço no mercado de trabalho, já que são indiscutíveis as relações entre escolaridade e capacidade de obter um emprego e se manter nele. À medida que um jovem trabalhador se escolariza, ele se torna mais apto a conseguir um emprego e desenvolver um trabalho mais sofisticado, absorvendo inovação tecnológica, que é o segredo da produção com qualidade nos dias de hoje.
Investir na educação, ampliando vagas públicas e reforçando a qualidade do ensino, é o caminho para o avanço econômico e social do País.
Aldair Rizzi é diretor-presidente do Tecpar e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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